tecelã

espalho aqui

desejos de cores

alegria

sonhos
pequenas felicidades

que 2010 seja

rico em detalhes
tecendo vida

Salve, salve 2010

escolhi o sorriso

que mais combinava

e brindei
que eu saiba sempre voar

porque mudar o olhar

renova certezas

que venha 2010

um encontro

começa agora
que seja permanente essa vontade
de ir além daquilo que me espera
vontade de ser
de ir além do rastro que deixei
pelo caminho
quero a cadência das atitudes na hora de agir
na bolsa papéis coloridos
desenhados à giz de cera
pelo anjo que mora comigo
cultivo a todo instante as sementes do bem
e da felicidade
um encontro com a vontade de paz
e o desejo de viver

dos mensageiros

ah, pés meus

entortam procurando rumos

alegria deles

têm sonho de liberdade

vento

a gente reinventa

como o vento

a gente aprende a passar

é verde

desfaço o nó com um sorriso...dois... três
giro ao pé da árvore

tiro a poeira da roupa

dos dias
olho pro céu

agradeço

sorrindo de novo
é azul sobre a cabeça
e verde
no coração

acalanto

como não dizer
que essa calmaria no peito
são as mãos de Deus
no meu coração?

abra

fechei portas ontem

muitas

cada porta fechada

uma dor diferente

dor de perder gente

nada se fecha

definitivamente

há sempre um fresta

uma brecha

outra porta pra se abrir

lindamente

ad vento

o sol derrete possibilidades

de tormenta

um chuvisco de vozes

resfria o pensamento

céu aberto

estrelas

sinais

suspiro pra passear

vontade de chegar

que é tão esperada

vivo em oração

girassóis vivos

olhando pro astro

é tempo de plantação

outra vez

agora e sempre

deixa ser

confio em minhas intuições
rezo fervorosamente
deixo as coisas acontecerem
naturalmente

!!!!

abro a janela dos olhos

sonho com lugares nunca visitados
pego a claridade da primeira estrela
viajo num sopro de vento
amo
como amo

no silêncio
encontro a palavra

no viver
a graça

pode entrar

comunguei comigo

por sobrevivência
tô caindo
mas não vou deixar de caminhar
hoje eu quero
tirar a roupa pesada da alma
dar ouvido a zumbidos mansos
dar o cabelo ao vento
rasgar os medos
dar risada das sombras
por sobrevivência
hoje amanheci violeta
entre um ruído e outro
deliciosamente eu amanheci
violeta

sementes de cura

junto os pedaços

o tempo passa

o fôlego retorna
como milagre

as sementes de cura brotam
a alma é sábia

trabalha em silêncio

ela tem esse pacto com Deus

são confidentes

faço silêncio

ouço o que ela tem a dizer

raça

vivo agora

um dia de cada vez

mas vivo

crio, amo

acho difícil e continuo

modestamente

quero coroa de guerreira

sabedoria de mago

choro

mas não lamento

en- canto

caio, levanto, danço

sorrio...

isso, com muito gosto

cheirosa

mas não rosa

nem orquídea

sou raça
coração a semear
mulher de vôo

nem sei

ando a ter maravilhamentos
por coisas

por pessoas

há tanto do mundo

no mundo

que me sobra

no olhar

sempre um brotamento

de instante

com gosto de saudade

que nem sei

laços

bom é cair

nos laços

dos braços

do teu abraço

nas pontas do dedos

achava bonito

sair por ai

colorindo vida

carregava as palavras de essência

depois

guardava margaridas

no bolso

era só fazer dançar

nas pontas dos dedos

ser flor

é preciso

esvaziar invernos
encher-se de sol
é preciso

fazer-se flor

me leva

vida

corre cá

segura a minha mão

me leva para ver o sol

é lá

minha oração

é um rio
que corre
doce e calmamente
para o mar

assim, assim

há sempre uma janela

ou outra

por onde o sol

há de entrar

assim seja

velas que soltam cheiro

pela casa
numa noite chuvosa
peito na mão
o coração na cabeça
é setembro
trazendo presentes esquecidos
chuva rápida
sol bonito
sorrisos que apetecem
os olhos cheios de esperança
que seja doce
que seja amor

tudo passa

há dias em que

se senta
se espera

se dorme

se respira

o desarrumo

o desaprumo

o desnorte

amém

com a mão direita

Pai-Filho-Espírito-Santo
amém
olho pra frente
creio
confio
penso
respiro fundo
caminho muito
mas ainda sei chorar
o que me mantém viva
e na vertical
penso um pouco
lembro de gargalhar
giro de braços abertos
vigiada pela lua
alta crescente
Deus manda noticías
por uma estrela cadente
apenas sigo
em frente

para setembro entrar sorrindo

para a cabeça: vento fresco

para o nariz: alecrim

para os ouvidos: pássaros

para os olhos: céu

para a boca: beijo

para os cabelos: despentear

para o pescoço: nariz

para o peito: abraço

para as mãos: flores

para a barriga: borboletas

para o quadril: ginga

para os joelhos: vestido

para os pés: nuvens

para o coração: doçuras do amor

vou

hoje lembrei da prima-vera

espero setembro

mês tão tão para mim

a-gosto

mês de vento

artesão de labirintos e rochas

unhas fracas, pele ressecada

cabelos em queda, livre

só posso dizer: vai passar

com a sua entrada, primavera

as borboletas virão

as doces chuvas

os trovões...

como gosto, agradeço

que venha

nesse a-gosto

deixo coisas pesadas,

achei sementes

vou plantar em casa

vou

no presente do subjuntivo

é o modo da esperança

sei não...

sei não... nesse inverno
vi Deus usando botas e esporas por ai...
achei estranho
mesmo assim
melhor confiar

tempestade de cor

nuvens brincam no meu céu
soltam chuva
descarregam tempestades
só pra trazerem cor
a minha vida

cacto como flor

tempo de cruz-espada-escudo
é preciso vezenquando morrer
pra se salvar daquilo que se acredita
o pensamento ganha vida no sonho
à espera

em baixo da cama
coração tiquetaqueia

em ritmo de valsa
proteção que cerca
fazendo música nos dias
ilumina no acender de velas
canta na oração
que é curta e forte
deixo de lado as feridas
saio apanhando flores pelo caminho
refaço com as mãos sujas
o rosto escapa à proteção
único
empunha uma espada
para cultivo do jardim
de afeto e amor

a gosto

ainda na cama

pensei num cartão

de boas vindas a agosto

escrever votos de suaves

e coloridos dias

os mais sinceros

pediria que fossem mantidos

alguns frutos de julho
o sétimo mês

sete, a preferência divina

sete desejados pedidos a gosto

sete dias de esperanças

sete notas musicais

no falar alheio

os sete pecados

pelo menos uma vez na vida

o sétimo dia para alívio

por fim, agosto

oitavo mês

o infinito em pé

venha voando suave

carregado pelos sete anjos

que nos protegem

pra frente

meu olhar é para frente

aprendo com a sensação de quem ensina

observo mais as minhas cores

procuro mais significados

no bem-te-vi no meu quintal

que no horário do jornal

a borboleta esquece que já foi lagarta

e voa

vou assim

desvelando coisas simples

engraçadas

se preciso, invento histórias

não é mais a estrada

são os carros coloridos

o vermelho das flores

o branco dos pássaros

os desenhos nas nuvens

o céu azul

a cada dia des-cubro meus olhos

desembaço a vista

pra uma paisagem melhor

e sempre nova

simplesmente feliz

cheiro de maresia
acordar bem acompanhada
capuccino e torrada

bromélia florida

banho no cassange

cheiro do amado
receber mensagem
beijo na boca
frutas descascadas e doces
flores em casa
azul sem nuvem
olhar companheiro
edredom e muitos travesseiros

no meu céu

tem nuvens co-lo-ri-das

no meu céu

o dia amanheceu claro

como de costume

mas com uma música diferente no ar

respiro tranquila e leve

não consigo escolher

uma só cor pro meu dia

tenho todas

tenho um arco-íris hoje

bem na ponta do meu nariz

num suspiro

costura a alma rasgada
com a linha do tempo
cobre-se do mais puro algodão
vermelho
a benção na saída
mais uma vez solta o coração
mede as palavras
com sabedoria de quem já secou
um mar nos lençóis
suspende a tristeza num suspiro
fecha os olhos ao entregar
nos ouvidos do Senhor
uma estrela
que lhe foi dada

ainda no ventre

um arco

pulando assim
poço por poço
ora largo
ora estreito
ora fundo
ora feio
pulo por pulo
poço por poço
no último poço
foi que vi
em cima de cada poço
um arco de salto
de cores
um arco-íris

desejo

que eu siga colorindo

que eu saiba ferver água

para um chá saboroso

que eu não tenha medo do amor

que eu preserve o gosto
pelas coisas mais simples do dia a dia
que a poesia nunca morra dentro de mim

por mais que a esperança esteja por um fio

que pequenos gestos façam

para sempre, toda a diferença.

que os meus medos não me consumam

que os valores sempre se renovem

que a essência nunca morra

que eu siga gostando de sentir

meus pés tocando as nuvens
e, por hora, o chão

que eu nunca deixe de cultivar o meu jardim

que as minhas flores nunca murchem

que eu nunca deixe de sentir paz ao olhar o horizonte

que as músicas continuem sendo perfumadas

que as crianças continuem sendo espontâneas

que eu nunca deixe de transbordar ao ler Clarice Lispector

que as estrelas sempre apareçam para mim
que eu consiga manter a espinha ereta
que eu consiga erguer meus castelos

que eu nunca deixe de sonhar

que as amoras nunca me deixem

olhos de chuva

hoje acordei com olhos de chuva
o coração gritando no peito
noite mal dormida
querendo gritar aos quatro cantos
e arrancar a alma sofrida cá de dentro
a mudança que não chega
a agonia da mesmice
e a necessidade vã
de querer mudar
que seja no sentir somente
transcrever os sentimentos
de outro jeito
de outra forma
de outra cor
com nova intenisdade
basta-me que a chuva cesse
que o sol venha
por trás das nuvens
me aqueça
nesta interminável noite
sem sono
e
cheia de sonhos

colo

te desenho

com traços fortes e firmes

te conto baixinho um conto

abriu espaço no teu peito

agora fecha o olho

me vê na tua janela

vê meu sorriso

assim e-xa-ge-ra-do

sempre quando caminha

no meu travesseiro

a vida tem uma visão diferente

vista assim

deitada no seu colo

jóia rara

quero te contar

a vida é uma caixa aberta

de jóias

que o tempo marca

a pele com ranhuras

de verdade e fantasia

que a vida é filha de cada momento

tem marmelada

coisa feia

coisa bonita

engraçada, também tem

verdade e mentira

tem palhaço e maquilagem

maquilagem que sai com água

choro que sai com o tempo

é consolo, eu sei

sorri então

plantei uma semente
iluminada no peito

lar

dentro de mim

é assim...

feita de sorrisos

amoras, segredos

alguns silêncios súbitos diários

quando fico tristonha

visto a saia mais colorida

boto um sorriso gigante no rosto

e vou por aí

é aqui que moro

pode entrar

bons sonhos

por isso, prendo a respiração para pedir

pedido sincero na oração

coisa que se faz com o coração

pega impulso na fé e sobe

de olhos fechados

mãos juntas

apontando para o alto

como vi tantas vezes o amigo querido

de joelhos diante da vida

no preparar das tarefas

no café

no banho

na música clássica

no vestir

era sempre assim

rezando musicalmente

enchendo a casa de aconchegos

nesse dia de sol frio peço

aumentai a minha fé, Senhor

mesmo neste frio

me dê um coração quentinho

e bons sonhos

presente

que todos os laços sejam refeitos
que a dança seja valsa
que a saudade seja uma coceira no nariz
que o som seja só dos risos
que as mensagens sejam de amor
que a estação seja sempre primavera
que o bonito seja eterno
que os encontros sejam demorados
que o beijo seja sempre como o primeiro
que a alma dance num céu estrelado
se estique até o nascer
de muitos sóis por vir
que o presente seja seu melhor presente

avesso

começou contando o segredo

envolveu

num abraço

que não conseguia terminar

transpassou aquilo

tudo de mais puro

desejou

sabe que em seu olhar

cabem todas aquelas palavras

é por isso

por isso que o abraço

nunca tem fim

do avesso

é que se tem dentro

do lado esquerdo

amar, o motivo
a generosidade, o gesto
a simplicidade, o segredo
o desapego, o desafio
brincar, o brilho
namorar, o delírio
a cumplicidade, o clima
errar, a rima
a compreensão, a canção
a ternura, a trama
a paixão, a chama

o encantamento

juntos e livres

desaprendendo

reinventando

e compartilhando

coisas do amor

suspiro

um balanço cada vez mais alto

só pra alcançar as estrelas

onde Deus existe

e se curva suave pra me ouvir

a alegria é feita de pó

suspiro

tem uma borboleta voando na alma

no tornozelo

uma chance de voo

no pescoço brilha uma pomba

o espírito da fé

o pensamento colorido

uma paz inquieta

minha janela

e o outono insiste
cheira fumaça
espalha sujeira
bate janelas
derruba quadros
congela o que poderia ser vento fresco
e doce inverno
seguro minha saia
no meio desse vendaval
retiro o cabelo do rosto
a desfolhação
só um anúncio de mudança
interna e minha
as flores e cores
mantenho-as intactas
sempre que abro a janela
tem sol
nenhuma nuvem
nenhum cinza

corpo e alma

é sempre o mesmo ritual

ligo a água quente

apago as luzes

acendo uma vela

fumaça, calor, silêncio

corpo, aromas, paz

sento no chão

o pensamento livre

flutuando...

algumas reflexões

planos, ou nada

não importa

encho o peito de ar

prendo por um instante
e expiro...

pronto sinto-me renovada

que venha o amanhã

feixe

no meu altar pessoal tem um feixe

feito de pequenos gravetos

amarrados por um barbante
um presente de meus pais

para me lembrar da força

de uma família

no meu altar pessoal

estão os 4 elementos

as 4 estações

tem o silêncio

a luz

estão lá também lembranças

momentos especiais da minha vida

nele sinto tudo se ajustar

ouço a voz do mundo

e oro

equilibro-me

e aceito

nele agradeço

pelo que sou

e pelo que evito

pelo que transbordo

pelo que pondero

pelo que ouço

pelo que calo

pelo que guardo

pelo que entrego

outono

ando tão outono

que parte de mim excede em matizes

exibe folhas castanhas, cobres

cheiro de geléia

de biscoito de nata

a outra parte

a que precede o germinar...

esta hesita

teme

me faz sentir inverno

me faz querer ser cuidada

ser protegida

tudo passa

quando eu estiver sentindo dor, tristeza

apenas segure a minha mão

me abrace, se puder

quando eu estiver ansiosa, preocupada

me distraia

me conte uma bobagem qualquer

me faça rir

quando eu estiver com raiva

ou desajeitada em lidar com o mundo
apenas o silêncio

me deixe quietinha

ore por mim

tudo passa

meu teto

sou colecionadora

da vida

coleciono pedaços de céu

azul, branco, amarelo, vermelho

pintado com estrelas ou nuvens

com eles, decoro o teto do quarto

porque é pra lá que olho ao deitar

pro céu