terça-feira, 25 de agosto de 2009

vou


hoje lembrei da prima-vera
espero setembro
mês tão tão para mim
a-gosto
mês de vento
artesão de labirintos e rochas
unhas fracas, pele ressecada
cabelos em queda, livre
só posso dizer: vai passar
com a sua entrada, primavera
as borboletas virão
as doces chuvas
os trovões...
como gosto, agradeço
que venha
nesse a-gosto
deixo coisas pesadas,
achei sementes
vou plantar em casa
vou
no presente do subjuntivo
é o modo da esperança

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

sei não...

sei não... nesse inverno
vi Deus usando botas e esporas por ai...
achei estranho
mesmo assim
melhor confiar

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

tempestade de cor


nuvens brincam no meu céu
soltam chuva
descarregam tempestades
só pra trazerem cor
a minha vida

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

cacto como flor

tempo de cruz-espada-escudo
é preciso vezenquando morrer
pra se salvar daquilo que se acredita
o pensamento ganha vida no sonho
à espera
em baixo da cama
coração tiquetaqueia
em ritmo de valsa
proteção que cerca
fazendo música nos dias
ilumina no acender de velas
canta na oração
que é curta e forte
deixo de lado as feridas
saio apanhando flores pelo caminho
refaço com as mãos sujas
o rosto escapa à proteção
único
empunha uma espada
para cultivo do jardim
de afeto e amor

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

a gosto

ainda na cama
pensei num cartão
de boas vindas a agosto
escrever votos de suaves
e coloridos dias
os mais sinceros
pediria que fossem mantidos
alguns frutos de julho
o sétimo mês
sete, a preferência divina
sete desejados pedidos a gosto
sete dias de esperanças
sete notas musicais
no falar alheio
os sete pecados
pelo menos uma vez na vida
o sétimo dia para alívio
por fim, agosto
oitavo mês
o infinito em pé
venha voando suave
carregado pelos sete anjos
que nos protegem

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

pra frente

meu olhar é para frente
aprendo com a sensação de quem ensina
observo mais as minhas cores
procuro mais significados
no bem-te-vi no meu quintal
que no horário do jornal
a borboleta esquece que já foi lagarta
e voa
vou assim
desvelando coisas simples
engraçadas
se preciso, invento histórias
não é mais a estrada
são os carros coloridos
o vermelho das flores
o branco dos pássaros
os desenhos nas nuvens
o céu azul
a cada dia des-cubro meus olhos
desembaço a vista
pra uma paisagem melhor
e sempre nova

sábado, 1 de agosto de 2009

simplesmente feliz

cheiro de maresia
acordar bem acompanhada
capuccino e torrada
bromélia florida
banho no cassange
cheiro do amado
receber mensagem
beijo na boca
frutas descascadas e doces
flores em casa
azul sem nuvem
olhar companheiro
edredom e muitos travesseiros