segunda-feira, 25 de outubro de 2010

contentamento

com gentileza, abrando os meus ruídos
diminuo o volume
da tagarelice exaustiva dos pensamentos
permito que a minha respiração se acalme
até ficar macia
sinto o meu coração com o contentamento
de quem reencontra um amigo muito querido
visualizo um lugar bem bonito
desenho nele árvores e plantas
desenho rios, lagos, cachoeiras
montanhas e pedras de vários tons e formatos
pinto o céu com o azul mais vivo
que pulsa na minha memória

domingo, 17 de outubro de 2010

banquete

há um banquete disponível
gratuito desde sempre para cada vida
é só entrar no próprio coração
sentar-se à mesa
saborear
nutrir-se

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

oleiro

como o barro é para o oleiro
assim sou para o amor
ele me modela a todo instante
para que a ideia se transforme na obra
que potencialmente sou
trabalha em silêncio
enquanto giro no torno da vida
as circunstâncias que experimento
são os movimentos das mãos do amor em mim
incluindo
retirando excessos
burilando
levando-me a fornos de temperaturas altíssimas
esmaltando-me, com cuidado artístico
devolvendo-me a fornos ainda mais quentes
para cintilar depois
para me tornar um belo recipiente
capaz de contê-lo
 fazê-lo expandir