segunda-feira, 11 de outubro de 2010

oleiro

como o barro é para o oleiro
assim sou para o amor
ele me modela a todo instante
para que a ideia se transforme na obra
que potencialmente sou
trabalha em silêncio
enquanto giro no torno da vida
as circunstâncias que experimento
são os movimentos das mãos do amor em mim
incluindo
retirando excessos
burilando
levando-me a fornos de temperaturas altíssimas
esmaltando-me, com cuidado artístico
devolvendo-me a fornos ainda mais quentes
para cintilar depois
para me tornar um belo recipiente
capaz de contê-lo
 fazê-lo expandir

2 comentários:

José de Medeiros disse...

Acompanho-te aqui de Natal, parabéns pelo alto nível de seus poemas.
Medeiros

lima disse...

"Eu quero ser,SENHOR AMADO, como o barro nas mãos do OLEIRO..."
Com carinho.
Lima