terça-feira, 30 de novembro de 2010

lembranças

boas lembranças não são fatos
são coleções doces

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

vigor profético

que o medo não abafe
a linda voz do amor

domingo, 21 de novembro de 2010

cachos de ternura

olhando a foto
instantaneamente a minha vida sorri
longe de lá
era como se o sorriso alumiasse
tudo de novo aqui
o coração cheinho de cachos de ternura
clicar é um jeito
do instante feliz nunca mais escapulir

terça-feira, 16 de novembro de 2010

dádivas

abençoadas sejam as surpresas risonhas do caminho
as belezas que se mostram sem fazer suspense
as afeições compartilhadas sem esforço
as vezes em que a vida  nos tira pra dançar
sem nos dar tempo de recusar o convite
as maravilhas todas da natureza, sempre surpreendentes
à espera da nossa entrega apreciativa
a compreensão que floresce clara e mansa
quando os olhos que veem são da bondade
abençoados sejam os presentes fáceis de serem abertos
os encantos que desnudam o erotismo da alma
os momentos felizes que passam longe das catracas da expectativa
os improvisos bons que desmancham o penteado
arrumadinho dos roteiros da gente
os diálogos que acontecem
no idioma pátrio do coração
abençoada seja a leveza, Mãezinha

domingo, 7 de novembro de 2010

diz

senta perto e me conta
o que você sentiu quando viu o mar pela primeira vez
o que sente quando olha pra ele, tantas vezes
se tinha jardim na casa da sua infância
me diz que flores riam por lá
conta há quanto tempo não se encanta com uma joaninha
se consegue se imaginar bem velhinho
fala da sua origem, da sua raiz
das pessoas que não têm o seu sobrenome
e que são familiares pra sua alma
fala de quem passou pela sua vida
e nem sabe o quanto foi importante
daqueles que sabem o tamanho que têm de verdade
fala daquele animal de estimação
que deitava junto aos seus pés
solidário, quando você estava triste
diz que bem lá na frente
vai olhar o caminho que fez pelo mundo
e na sua alma ecoar: valeu a pena

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

assim...


tenho um olhar sensível para o pequeno
talvez por gostar das coisas simples
de uma vida comum
afinal ela não é tão comum assim
gosto das histórias pequenas
dentro do meu ser elas se tornam gigantes
mantenho um horizonte por dentro
um exercício de me esvaziar
para esticar a linha do outro
assim sou mais capaz de escutar
com todos os sentidos
o mundo vizinho