quarta-feira, 29 de julho de 2009

no meu céu

tem nuvens co-lo-ri-das
no meu céu
o dia amanheceu claro
como de costume
mas com uma música diferente no ar
respiro tranquila e leve
não consigo escolher
uma só cor pro meu dia
tenho todas
tenho um arco-íris hoje
bem na ponta do meu nariz

segunda-feira, 20 de julho de 2009

num suspiro

costura a alma rasgada
com a linha do tempo
cobre-se do mais puro algodão
vermelho
a benção na saída
mais uma vez solta o coração
mede as palavras
com sabedoria de quem já secou
um mar nos lençóis
suspende a tristeza num suspiro
fecha os olhos ao entregar
nos ouvidos do Senhor
uma estrela
que lhe foi dada
ainda no ventre

terça-feira, 14 de julho de 2009

um arco

pulando assim
poço por poço
ora largo
ora estreito
ora fundo
ora feio
pulo por pulo
poço por poço
no último poço
foi que vi
em cima de cada poço
um arco de salto
de cores
um arco-íris

segunda-feira, 13 de julho de 2009

desejo

que eu siga colorindo
que eu saiba ferver água
para um chá saboroso
que eu não tenha medo do amor
que eu preserve o gosto
pelas coisas mais simples do dia a dia
que a poesia nunca morra dentro de mim
por mais que a esperança esteja por um fio
que pequenos gestos façam
para sempre, toda a diferença.
que os meus medos não me consumam
que os valores sempre se renovem
que a essência nunca morra
que eu siga gostando de sentir
meus pés tocando as nuvens
e, por hora, o chão
que eu nunca deixe de cultivar o meu jardim
que as minhas flores nunca murchem
que eu nunca deixe de sentir paz ao olhar o horizonte
que as músicas continuem sendo perfumadas
que as crianças continuem sendo espontâneas
que eu nunca deixe de transbordar ao ler Clarice Lispector
que as estrelas sempre apareçam para mim
que eu consiga manter a espinha ereta
que eu consiga erguer meus castelos
que eu nunca deixe de sonhar
que as amoras nunca me deixem

terça-feira, 7 de julho de 2009

olhos de chuva

hoje acordei com olhos de chuva
o coração gritando no peito
noite mal dormida
querendo gritar aos quatro cantos
e arrancar a alma sofrida cá de dentro
a mudança que não chega
a agonia da mesmice
e a necessidade vã
de querer mudar
que seja no sentir somente
transcrever os sentimentos
de outro jeito
de outra forma
de outra cor
com nova intenisdade
basta-me que a chuva cesse
que o sol venha
por trás das nuvens
me aqueça
nesta interminável noite
sem sono
e
cheia de sonhos

segunda-feira, 6 de julho de 2009

colo

te desenho
com traços fortes e firmes
te conto baixinho um conto
abriu espaço no teu peito
agora fecha o olho
me vê na tua janela
vê meu sorriso
assim e-xa-ge-ra-do
sempre quando caminha
no meu travesseiro
a vida tem uma visão diferente
vista assim
deitada no seu colo