segunda-feira, 30 de agosto de 2010

asas de papel


cada vez que viro a página do livro
que trago nas mãos
há um suspiro
que me prende a respiração
viro mais uma página
é quando volto a sonhar

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

sem dobras


aprendo com o tempo
a felicidade vibra na frequência das coisas mais simples
o que amacia a vida
acende o riso
convida a alma para brincar
coisas pequeninas
bordadas com fios de luz
no tecido áspero do cotidiano
como o toque bom do sol
quando pousa na pele
o café da manhã com pão quentinho
sonho compartilhado
repouso os olhos em olhos amados
o sono relaxado que põe tudo pra dormir
a presença da intimidade legítima
o banho bom que reinventa o corpo
o cheiro de terra
o cheiro de chuva
o cheiro do tempero do feijão da infância
o cheiro de quem se gosta
o acorde daquela risada que acorda tudo na gente
todas, simples assim

sexta-feira, 20 de agosto de 2010








os melhores voos são feitos
por pessoas que tem
raízes e asas...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

e...






e que nesse frio
os corações mais quentes e pulsantes
não congelem

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

muda de ternura

lembro com amor 
ofereço no coração
um sorriso que se expande
é um jeito instantâneo
e poderoso de prece
um modo de abraço
não importa o aparente tamanho da distância
nem as enganosas cercas do tempo
lembro com amor 
levo a vida
no exato instante da lembrança
ao lugar onde a outra vida está 
planto uma nova muda de ternura por lá
e por aqui

domingo, 8 de agosto de 2010

textura amorosa

a vida, bordadeira de surpresas bonitas
vezenquando borda
umas histórias aparentemente sem pé nem cabeça
com o coração pode encontrar
importância no significado do bordado
reverenciar a maestria
a ternura
o requinte do humor da bordadeira
sua perspicácia
sua visão amorosa
sentir a qualidade da textura
dos fios de sabedoria
que usou para bordar a surpresa

terça-feira, 3 de agosto de 2010

tempo, tempo...


algumas preciosidades morrem baixinho
em degradê
como morrem as tardes
como morrem as flores
como morrem as ondas
quando a gente percebe
já é noite e o céu
se está disposto a falar, diz estrelas
as pétalas já descansam o seu sorriso no colo do chão
quando a gente percebe
o canto da onda já enterneceu a areia
muitas dádivas que nos encontram
nos encantam, têm seu tempo de viço
sua hora de recado
seu momento de transformação
em outro jeito de belezura